terça-feira, 7 de agosto de 2012
Monte Castelo
Ainda que eu falasse
a língua dos homens
e falasse a língua dos anjos,
sem amor eu nada seria.
É só o amor! É só o amor
que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver;
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse
a língua dos homens
e falasse a língua dos anjos
sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer;
é solitário andar por entre a gente;
é um não contentar-se de contente;
é cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é um ter com quem nos mata a lealdade.
tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem.
todos dormem. Todos dormem.
agora vejo em parte,
mas então veremos face a face.
É só o amor! É só o amor
Ainda que eu falasse
a língua dos homens
e falasse a língua dos anjos,
sem amor eu nada seria.
Legião Urbana
*
Sempre gostei dessa música!
;-)
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
COMPROMISSO DO INTENSIVISTA - UM TRIBUTO
COMPROMISSO DO INTENSIVISTA - UM TRIBUTO
Nós intensivistas nos comprometemos a exercer nossa profissão baseada nos preceitos dos nossos códigos de ética.
Devemos ser profissionais qualificados para atendermos os pacientes graves em qualquer circunstância e idade.
Temos um compromisso com nossa classe em desenvolver, com amparo da tecnologia, o melhor de nós.
Nenhum paciente em condições críticas deixará de ter o nosso socorro.
Reconhecemos que o intensivismo é antes de tudo a presença, a dedicação e a vontade de superar a morte.
Sabemos que o intensivismo é antes de tudo a vontade de trazer a vida.
A cada caminho que traçarmos nas UTIS não esqueceremos os preceitos que norteiam a dignidade humana, ou seja, o amor ao próximo, o respeito a pessoa e suas vontades.
Somos intensivistas porque entendemos que somos capazes de estarmos atuando nos momentos de maior angústia e sofrimento humano.
Nossas conquistas ultrapassam o físico, transcendem a glória das vitórias.
Aqui estamos, no acolher com os braços o paciente e sua família.
Em nosso ato, fazemos da nossa especialidade o encanto sonhar.
Nas UTIs as luzes não se apagam.
Nas UTIs não há desamparo, todos num momento e um só tempo definimos a esperança .
Mas, mesmo na despedida, estenderemos a mão amiga, cumpriremos nosso dever para jamais abandonar a quem agoniza.
Nossa honra baseia-se em nosso juramento, nossa conduta em nosso compromisso em ser para sempre o verdadeiro intensivista.
"Compromisso do Intensivista" , autor Douglas Ferrari, dedicado a todos profissionais envolvidos com o paciente crítico".
Nós intensivistas nos comprometemos a exercer nossa profissão baseada nos preceitos dos nossos códigos de ética.
Devemos ser profissionais qualificados para atendermos os pacientes graves em qualquer circunstância e idade.
Temos um compromisso com nossa classe em desenvolver, com amparo da tecnologia, o melhor de nós.
Nenhum paciente em condições críticas deixará de ter o nosso socorro.
Reconhecemos que o intensivismo é antes de tudo a presença, a dedicação e a vontade de superar a morte.
Sabemos que o intensivismo é antes de tudo a vontade de trazer a vida.
A cada caminho que traçarmos nas UTIS não esqueceremos os preceitos que norteiam a dignidade humana, ou seja, o amor ao próximo, o respeito a pessoa e suas vontades.
Somos intensivistas porque entendemos que somos capazes de estarmos atuando nos momentos de maior angústia e sofrimento humano.
Nossas conquistas ultrapassam o físico, transcendem a glória das vitórias.
Aqui estamos, no acolher com os braços o paciente e sua família.
Em nosso ato, fazemos da nossa especialidade o encanto sonhar.
Nas UTIs as luzes não se apagam.
Nas UTIs não há desamparo, todos num momento e um só tempo definimos a esperança .
Mas, mesmo na despedida, estenderemos a mão amiga, cumpriremos nosso dever para jamais abandonar a quem agoniza.
Nossa honra baseia-se em nosso juramento, nossa conduta em nosso compromisso em ser para sempre o verdadeiro intensivista.
"Compromisso do Intensivista" , autor Douglas Ferrari, dedicado a todos profissionais envolvidos com o paciente crítico".
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
"O que me faz feliz são coisas pequenas, um lindo arco-íris riscando o fim de tarde"
***Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.***
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos
E a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas
filas que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e a ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos
produtos.
A gente se acostuma à poluição.
As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.
Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a
hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.
Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se
da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta,
de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Marina Colasante
segunda-feira, 27 de julho de 2009
sexta-feira, 24 de julho de 2009
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Acordar, viver
Como acordar sem sofrimento?
Recomeçar sem horror?
O sono transportou-me àquele reino
onde não existe vida e eu quedo inerte sem paixão.
Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas ásperas de amanhã
com as coisas ásperas de hoje?
Como proteger-me das feridas
que rasgam em mim o acontecimento,
qualquer acontecimento que lembra a Terra
e sua púrpura demente?
E mais aquela ferida
que me inflijo a cada hora,
algoz do inocente que não sou?
Ninguém responde, a vida é pétrea.
Carlos Drummond Andrade
HARAPAN!!!
Recomeçar sem horror?
O sono transportou-me àquele reino
onde não existe vida e eu quedo inerte sem paixão.
Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas ásperas de amanhã
com as coisas ásperas de hoje?
Como proteger-me das feridas
que rasgam em mim o acontecimento,
qualquer acontecimento que lembra a Terra
e sua púrpura demente?
E mais aquela ferida
que me inflijo a cada hora,
algoz do inocente que não sou?
Ninguém responde, a vida é pétrea.
Carlos Drummond Andrade
HARAPAN!!!
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